Evento de 2011
Fazer
um evento juntando literatura e quadrinhos, e realizá-lo paralelo à
CIENTEC (Feira de Ciência e Tecnologia da UFRN), foi uma aposta certeira
de Rilder Medeiros, Osni Damásio e Francisco Alves. O Pavilhão da FLiQ
(Feira de Livros e Quadrinhos de Natal) recebeu 90 mil pessoas ao longo
de cinco dias de evento. Havia momentos em que era praticamente
impossível trafegar no pavilhão, mas ainda assim o ar condicionado
aguentou o tranco e não deixou ninguém ficar suado.
Pela
primeira vez em nosso Estado, a arte sequencial foi tratada como uma
mídia em si, trazendo profissionais de renome nacional e internacional
para debater, apresentar seus trabalhos, ministrar oficinas e fazer
lançamentos de HQs, não esquecendo dos artistas locais, que tiveram
presença garantida no estande mais movimentado da FLiQ, além de
ministrarem oficinas com conceitos básicos de roteiro, criação de
personagem, desenho, arte-final e animação. A procura pelas oficinas foi
grande e os alunos estavam ávidos em aprender como se faz uma HQ ou uma
animação. A maioria era professor da rede pública (municipais e
estaduais). Destaco aqui o empenho de alguns alunos, como o Tito, que
fez todas as oficinas disponíveis.
Os
colecionadores e fãs de quadrinhos não se continham de tanta alegria ao
poder pegar autógrafos, sketches, tirar fotos e conversar com Spacca,
José Aguiar, Rafael Coutinho, Geraldo Borges, Luyse Costa e João
Henrique Lopes. Todos os convidados foram super gentis e bem humorados, e
estavam loucos pra conhecer nossos quadrinistas, também. Houve aquela
tão saudável troca de trabalhos, que muitas vezes não chegam facilmente
às mãos de quem mora nas regiões Sul e Sudeste. Spacca e Aguiar,
inclusive, mencionaram em suas palestras a importância dos eventos de
quadrinhos em várias regiões do Brasil, pois são valiosos momentos de
intercâmbio de ideias entre os artistas.
Foi
bacana rever vários clientes da GHQ, como Jonas, Tupayba, Lúcio,
Fernanda, o colecionador Nássaro Nasser, o Prof. Carlos Negreiro, e
conhecer entusiastas da arte sequencial, como o Dyego Saraiva e o
Renato, bem como a Prof. Dra. Cellina Muniz, que organizou um livro
excelente com textos acadêmicos analisando os diversos fanzines
produzidos no Brasil. Ouvir só comentários elogiosos sobre a FLiQ, desse
pessoal todo, foi maravilhoso, pois eu vesti a camisa mesmo por vocês;
pelo público que eu sabia existir aqui e que merecia um evento como
esse.
Para os empresários que
duvidaram da FLiQ, mostramos que fazer um evento agregando mídias, ao
invés de segregar, atrai mais pessoas. Tanto que o público foi deveras
heterogêneo, dos 8 aos 80 mesmo. Trouxemos mestres da literatura
contemporânea brasileira, como Mário Prata e Fabrício Carpinejar, que
dividiram o espaço com mestres e jovens talentos da arte sequencial e
dubladores aclamados em todo o Brasil; além disso, atraímos os
cosplayers, com um concurso bacana, que deixaram o pavilhão da FLiQ mais
bonito e colorido, e puderam mostrar que seu trabalho é uma arte.
Também estiveram presentes no pavilhão, o cosmaker e cosplayer
pernambucano Dário Filho (trouxe inúmeros acessórios e camisetas para
vender), cordelistas, diversos sebos de Natal, e algumas livrarias, como
a Nobel, que selecionou ótimos títulos de quadrinhos. E o estande dos
quadrinistas potiguares contou com duas participações especiais, o
boardgamer Tendson Arthur (que levou uma pequena amostra de sua coleção,
explicando aos curiosos um pouco sobre o incrível universo dos jogos de
tabuleiro) e o empreendedor Manassés Filho, dono da comic shop Comic
House, de João Pessoa (ele fez uma seleção de HQs nacionais massa, como
Blue Note, do Shiko, A Balada de Johnny Furacão, do Sama, Taxi, de
Gustavo Duarte, além de dois títulos de HQs francesas, editados pela
Marca de Fantasia: Gêneses Apocalípticos + Os inefáveis, do Lewis
Trondheim, e Quando tem que ser, do Killofer).
Obviamente
enfrentamos problemas, como todo primeiro evento. Principalmente no
tocante à estrutura das oficinas e à acústica (as bandas que tocaram no
Circo da Luz atrapalharam diversas palestras e mesas-redondas no
auditório da FLiQ). Algumas atrações tiveram mudança de horário e/ou
local, o que desagradou a algumas pessoas, mas estamos anotando todos os
erros para que possamos, em 2012 (se os patrocinadores permitirem),
fazer um evento ainda melhor.
Agradeço
a Rilder Medeiros (e a toda a equipe da Oficina da Notícia) por
acreditar e somar forças para que a FLiQ acontecesse, me dando
oportunidade de fazer parte da organização e acatando minhas sugestões.
Agradeço também ao pessoal do Yujô Fest (Danielvis, Hilário, Sílvio,
Illyana), que tem know how suficiente em eventos de cultura japonesa, e
deu suporte para que o setor de quadrinhos da FLiQ ficasse mais
diversificado. Foi uma semana cansativa para todos, mas totalmente
gratificante.
A FLiQ deixou de ser um
sonho para se tornar realidade, sendo bem aceita na cidade. Espero que
entre para o calendário cultural de Natal e se torne atração anual.
OBS: o registro que o Spacca fez da FLiQ e dos quadrinistas potiguares foi sensacional. Muito obrigada pelo carinho!
GALERIA FLiQ
José Aguiar e Spacca autografando no Espaço do Autor
Joseniz compenetrado na oficina do José Aguiar
Spacca sendo entrevistado pelo pessoal da TV Ponta Negra
Olha o Cabral aí, gente!
Lula Borges exibiu seu curta animado e falou sobre o processo de produção do mesmo
Prof. Alessandra Ferreira relatando sua experiência com HQs em sala de aula
Spacca desenhou muito em sua palestra
Márcio Coelho (1° ganhador da promoção PortalGHQ)
Yujô na área!
Daniel Garcia [ Diretor Geral do Yujô Fest], Kercia e Vinícios
Rafael Coutinho no Espaço do Autor
Rafa e Mário Prata em momento tietagem
Rafa explicando o que é graphic novel pro pessoal
Aguiar e Marcos Guerra no estande dos quadrinistas potiguares
Geraldo Borges no Espaço do Autor
A concorrida oficina do Spacca
Flagrante do escritor Joca Terron enviando SMS
Rafa todo feliz ao receber um exemplar do Anchietinha, da Luyse Costa
Caricatura de Spacca, Aguiar e Rafa feita por Wanderline
Ivan Cabral, Miguel Rude e Brum atentos à leitura das imagens
João Henrique Lopes no Espaço do Autor
Giovana fazendo caricatura no estande dos quadrinistas potiguares
Giovana e Paulo falando e mostrando os melhores materiais para desenho
Wendell, Gabriel e Geraldo: eles ainda vão conquistar o mundo
Com vocês, o GRUPEHQ!
Geraldo Borges, Alex de Souza, Manassés Filho e Rafa
Um pit stop na pizzaria Reis Magos
Ana Júlia, a mais jovem “flicante” (olha o papai Brum todo orgulhoso)
FONTE: GHQ
FLIQ traz oficina de criação no primeiro dia da CIENTEC
Palestrante dá dicas sobre como criar personagens e fala sobre produção em quadrinhosPor Alice Andrade
A CIENTEC 2012 deu início às suas atividades nesta terça-feira (23) com várias programações nos pavilhões. Entre elas, a Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ) trouxe uma oficina sobre criação de personagens no auditório do estande da Feira das 8h30 às 11h30, na qual Diórge Trindade, roteirista e autor do faroeste em quadrinhos Kajun, trouxe ensinamentos a respeito da criação de personagens.
O roteirista deu destaque à importância de mostrar o trabalho criado para pessoas próximas, de modo a ter uma análise prévia sobre como será a recepção do público. Ele conta que pede a opinião de amigos e da esposa, Naara Martins. A ajuda dela é de extrema importância dentro do processo de criação.
Naara Martins diz que sempre opina no trabalho do marido e sabe
analisar criticamente o que é bom ou ruim. Ela contou que são casados há
um ano e, desde então, ela está sempre presente nas criações de Diórge
Trindade.
Além disso, o autor de quadrinhos também falou sobre qual é a imagem
de um brasileiro que tem reconhecimento internacionalmente dentro do
contexto da produção de quadrinhos. “Quando você faz sucesso em nível
internacional, ou é porque você é brasileiro e seu trabalho é exótico ou
é porque sua história tocou todo mundo.”, concluiu.
Ana Marques, estudante do curso de Design da UFRN, estava entre os
participantes da oficina e disse que seu interesse por quadrinhos surgiu
desde a infância. Suas expectativas para o evento são, segundo ela, as
melhores, pois a temática de criação de personagens a interessa
bastante. “Tudo que envolva quadrinhos, histórias, personagens e
conflitos me faz ficar completamente interessada.”, disse ela.
FONTE: FOTEC
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